21 de abr. de 2012

Cortina de fumaça

Bom pessoal, você já tem uma idéia de como eu era, então vou procurar dizer como foi a transição.
A certa altura em 1999, procurei fazer meus exames de rotina e acabei procurando um cardiologista.
Após a consulta saí com a impressão que até aquele momento, tudo que eu havia feito literalmente estava me detonando por dentro. Eu tinha exatos 45 dias para fazer com que minhas taxas voltassem ao normal, ou então, entraria numa rotina de remédios.
Como não sou nem um pouco fã de tomar remédio, resolvi encarar o desafio de mudar minha rotina para evitar os remédios.
Iniciei com pequenas voltas no quarteirão, a esta altura não poderia nem falar em caminhadas. Me sentia o verdadeiro Joaquim Cruz. Saía de short, camisa e um pesado tênis, subindo e descendo desenfreadamente as ruas do bairro, chegava em casa parecia que havia passado por um temporal no caminho (isto ainda acontece), mas chegava feliz da vida.
Não era de ferro, tomava meu banho e sentava relaxadamente para fumar um cigarro. Ops!
É claro que meus progressos não eram tão significantes, embora me dedicasse diariamente. Havia algo que impedia uma melhora de performance, mas ao final dos 45 dias havia atingido a marca de taxas dentro dos níveis normais e com 10 quilos a menos.
Durante os próximos meses encarei o aumento das caminhadas, mas começava a ficar monótono apenas caminhar pelo bairro. Já estávamos em meados de 2001, foi então que resolvi caminhar pelo calçadão perto da praia.
Putz, como era gostoso!
Só que tem que, ao mesmo tempo em que eu me sentia bem com aquela paisagem, me sentia um pouco deprimido. Via algumas pessoas passarem “voando” ao meu lado, inclusive muitos animados idosos senhores.
Decidi que chegara a hora de começar a correr.
- Se todos eles fazem, eu também posso fazer.
Então o que fiz?
No primeiro final de semana, caminhei de minha casa até a praia de Icaraí, uns 3 Km, lá chegando andei mais 10 minutos, e vamos ao trote .....
Foram longos 100 metros e finalmente terminei o meu primeiro trote.
O coração batia na boca, eu bebia água na vã tentativa de fazê-lo voltar ao seu lugar dentro do peito, procurava não ligar para as dores na canela, nem para aquela maldita dor no abdômen, meu rosto mais parecia o rosto de um indígena com uma pintura de vermelho urucum, mas ao final de meia hora tudo havia voltado ao “normal”.


Foi aí que entendi que o que estava faltado, não era o coração, ou os músculos da perna. Faltava ar!
Não precisa ser muito gênio, para chegar a conclusão que algo precisava ser feito em relação a isto.

http://www.flickr.com/photos/lelis718/2928778113/sizes/n/in/photostream/
Chegou a hora de encarar o primeiro grande desafio das corridas: Eu precisava parar de fumar!

Grande abraço e bons treinos.

Um comentário:

  1. Grande Gugu!
    Uma das minhas lembranças mais vivas da infância é da visita que você e Marcelo fizeram à Brasília. Nela, estávamos no parque da cidade (onde atualmente corro). Naquele dia, você pediu licença e saiu em disparada. Corria com passadas largas pela 'ciclovia'. Correu por um longo trecho. "Vige Maria" pensei eu, na época. hehehe... eu já era um preguiçoso na época. Que bom que resgatou esse Gugu que conheci. O corredor tava lá, guardado; adormecido! Parabéns!

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