22 de mai. de 2012

Tirando à forra (Parte II final)


Só existe um adjetivo para a Corrida da Ponte 2012: Perfeita!

 

Verdade seja dita, a organização da Corrida da Ponte de 2012 foi muito feliz com todas as modificações que realizou em relação ao ano passado. É claro que o acordo com São Pedro foi cumprido a risca. A temperatura na largada estava próxima de 19ºC, o que ajudou muito durante a prova.

Os pontos de hidratação a cada 3 km estavam fartamente abastecidos e a água na temperatura ideal. Até mesmo o ponto do km 3, que no ano passado causou tumulto embaixo do acesso de serviço da Ponte, foi reposicionado facilitando o desenrolar da prova.
Nos 3 primeiros quilômetros, quando ainda estava me aquecendo, percebi que a corrida seria diferente do ano anterior. Sentia-me confortável com a temperatura, a subida do vão central foi feita sem o menor problema, inclusive um dos meus melhores quilômetros foi km 7, o qual fiz em 5:08, para minha felicidade e espanto, pois era o final da subida.
No entanto, nos quilômetros seguintes procurei ser um pouco mais moderado para evitar surpresas ao final.
Encontrei alguns amigos ao longo da Ponte, como o Ricardo (CE+3), que havia completado há pouco tempo a K21 de Arraial do Cabo, e o Paulo Rangel, que em seu pace “suíço” seguia forte e concentrado. Um pouco mais adiante, no Km 15, fui ultrapassado por um apressado Jorge Ricardo, que parecia estar começando a correr ali, na Perimetral. E acho que começou, pois não estava nem suado!
Quando já estava no Km 18, senti um pouco o cansaço, já começava a ficar preocupado com algumas pequenas dores musculares que fustigavam minha coxa, então resolvi aliviar a pressão, pensando apenas em completar a prova dentro do objetivo das 2 horas.
Quando entrei nos últimos metros no inicio do Aterro, acelerei para ver se acabava logo com aquele pequeno desconforto. Vi o pórtico, e instintivamente minhas pernas aceleraram rumo à linha de chegada.
Finalmente cruzei e fechei a corrida com 2h00m37s. Eu acabara de baixar em 24 minutos o tempo de a 2011!
Quanto ao meu desempenho, estou muito feliz que tenha alcançado meu objetivo para esta prova, o que me dá mais segurança para minha prova-alvo em setembro, a Maratona de Berlim.


Corrida da Ponte? Fui às forras!




17 de mai. de 2012

Tirando à forra (Parte I)


Corrida da Ponte! Quem não tem esta curiosidade?

No ano passado, quando eu soube que a Ponte Rio x Niterói seria cenário de uma meia maratona, disse a mim mesmo que não poderia ficar de fora.

A organização fez uma pré-seleção, garantindo que os atletas inscritos já tivessem cumprido a distância em um tempo que não causasse problemas de segurança, liberação do tráfego, entre outros. Levou em consideração fatores críticos de segurança, conforto dos atletas, distância entre pontos de hidratação, socorro médico, sache de carboidrato, enfim, uma organização de ótimo nível.
No entanto, não havia nada que pudesse indicar à organização ou aos corredores, o aumento brutal da temperatura e a falta de ventilação no dia da prova. Como conseqüência, inúmeras ambulâncias percorreram o trajeto, a fim de prestar socorro aos corredores que passavam mal devido ao calor.
Este ano em função da experiência anterior, os organizadores sabiamente adiaram em um mês a realização da prova, na busca de temperaturas mais agradáveis.

Então, volto para a Ponte para ir à forra com a prova de 2011!

Depois do pórtico de chegada, conto como foi.

7 de mai. de 2012

E lá vão eles...


Já há algum tempo havíamos decidido que formaríamos 2 equipes para correr a Meia Maratona Faz um 21. É uma corrida feita em dupla cuja soma dos quilômetros percorridos somam 21 Km, e a classificação se dá pela soma dos tempos.
Neste final de semana (06/05), Regi, Natha, Lolô e eu fizemos o que para alguns é considerado o verdadeiro programa de índio. Acordamos as 6:20, fizemos uma pequena caminhada para juntar o grupo e pegar o ônibus para a largada às 8:21.
O dia estava maravilhoso, a temperatura agradável e o sol leve aquecia um pouco o ventinho frio que passava.
Já no ônibus, fomos surpreendidos pelo prendedor de número das “Organizações Tabajara”, um exemplar maravilhoso feito com um cadarço de elástico, confeccionado pelo Lolô. Não sei bem descrever se era um prendedor ou um anel de redução estomacal.
Descemos no centro e caminhamos até o local da largada. Estava cheio de atletas se aquecendo.
Quando chegamos à concentração decidimos tirar a foto oficial da equipe. Graças a Natha, que aparece em primeiro plano, o restante da equipe ficou meio escondida.
Para não ter problema durante a corrida, combinamos que cada um faria seu próprio ritmo e nos encontraríamos no final.
Tudo preparado para a largada e fomos em frente.
Buzzzziiiiinnnnnaaaaa de largada, e lá vão eles!
Saí em disparada procurando me livrar do grupo mais lento e encontrar o meu ritmo. Já na subida do MAC (Museu de Arte Contemporânea – Niterói), diminuí para poder aguentar o pace (minutos por Km ou milhas) que me impunha, afinal no dia anterior já havia rodado 18Km do meu longão.
A prova transcorreu tranquilamente, e terminei com o tempo de 55:55 para os 10,5Km.
Bebi um pouco d’água, comi uma banana e fui buscar os outros integrantes.
Já havia voltados uns 800m, quando vi os braços da Natha balançando como se estivessem numa micareta.

- Ufa, pai! Achei que você não viria me buscar. Você pode ser meu coelho até a chegada, pois eu quero alguém para gritar e me dar os parabéns!

E lá fomos nós dois juntos, eu tentando conversar com ela e ela com seu som nas alturas.
Cruzamos a linha de chegada e fiz uma festa, com direito a gritos de incentivo e abraços pelo alambrado.
Então... Lá fui eu buscar os outros 2 integrantes.
Mais 800m de volta, e lá vem a Regi junto com a amiga Elisa. Parecia até uma celebridade correndo.

Dizia Elisa:
- Regi faz cara de quem está feliz!
- Agora abraça o Gugu!
- UUhhhuuuuu, ficou ótima!!!

Fui com elas até 300m da chegada, e... Voltei pra buscar o Lolô.
Mais uns 600m de volta, avisto o malandro vindo num trote leve, apreciando os metros finais daquela corrida matinal.

Falei:
- Vamos lá Marcelo, falta pouco!
Disse o bicho entre os dentes:
- Bem que esta corrida podia ser mais curta.

Chegamos juntos para a festa completa da equipe.
Como não podia deixar de ser, Lolô se debruçou sobre a banca de frutas, pegou maçãs, bananas e um farto estoque de água.
Minha cunhada estava esperando por todos nós, com isotônicos bem gelados, toalhas e camisas secas. Que maravilha!
O melhor de tudo não foi completar a prova, mas ver que todos nós estávamos juntos, nos divertindo e curtindo aquele momento.

Valeu equipe Valmorunner’s. Até a próxima!

2 de mai. de 2012

A primeira prova


Eu trabalhava, em 2003, numa empresa de telefonia há 1 ano. Papo vai, papo vem... Nos cafezinhos, o pessoal acabou sabendo que eu corria. Quer dizer, eu achava que corria!
         Ia ter uma prova de 40Km de revezamento e o pessoal da empresa acabou me convidando para correr um dos trechos de 5Km.
         No momento do convite fiquei radiante, afinal, iria entrar num seleto grupo de pessoas chamadas de atletas. Algo que não imaginava mais que pudesse acontecer comigo.
Intensifiquei meus treinamentos para garantir que conseguiria cumprir a minha missão com um mínimo de dignidade.
Foram 3 semanas intensas! Chegava em casa após o trabalho, pulava dentro do tênis, e, delirantemente, percorria os 5Km de treino.
Combinamos em casa que todos nós iríamos desfrutar de um domingo em família no Aterro do Flamengo, independente do resultado de minha performance.
No sábado antes da prova, me sentia um verdadeiro corredor às vésperas da prova de sua vida. Escolhi cuidadosamente a meia e o calção, pois a camiseta seria a da equipe, e o tênis .... só tinha um mesmo, não precisava me preocupar.
Todos acordamos cedo. Minha ansiedade era tanta, que eu já estava acordado desde as 5hs. Saímos de casa e chegamos com mais de 45 minutos para o inicio da prova.
O capitão da equipe veio e me deu o número. Eu seria o 3º trecho.
Me preparei mentalmente e me despedi de minha esposa como se estivesse embarcando para o front. Nesta época, nem imaginava que precisava me aquecer.
Posicionado no box da equipe, muitas coisas passavam na minha cabeça: a volta por cima do fumo, as corridas despretensiosas pela praia, a minha ansiedade por largar, até que...
- Vai, Valmoré, pega a braçadeira!
Lá fui eu, meio acanhado, achando que todos me passavam, mas na verdade muito feliz com o que estava fazendo.
A chegada foi vibrante. Vi meu colega de equipe ao longe e apertei ainda mais o passo. Missão cumprida!
A sensação que tive ao me sentar com minha família, naquela manhã de domingo de sol, foi maravilhosa. Todos nós ríamos e eu não parava de contar como havia sido cada Km e como havia me sentido bem durante a prova.
Hoje, ainda tenho o privilégio de, em muitas provas desfrutar da minha família ao meu lado, afinal, elas são as minhas grandes torcedoras e responsáveis pelas minhas mudanças de hábito.
Agora me sinto corredor. Agora SOU corredor.

Abraços